49/11
Um tríptico absurdo de histórias aparentemente não relacionadas encontra uma intersecção misteriosa neste conto ambientado em algum lugar entre Winnipeg e Teerã. A inscrição oficial do Canadá para o 97º Oscar de Melhor Longa-Metragem Internacional. These Eyes foi escrito por Randy Bachman e Burton Cummings e dirigido por The Guess Who. e uma estética agradável com uma atmosfera onírica que enfatiza a versatilidade do roteiro, mesmo que a história gire em torno de diferentes personagens, como suas vidas se cruzam e às vezes animam o diálogo. Às vezes educado, às vezes nem tanto, a influência de Wes Anderson percorre o filme de Matthew Rankin do começo ao fim. Como nos filmes de Anderson, Rankin está interessado em explorar a realidade de seu filme — uma realidade cheia de peculiaridades que são terreno fértil para a comédia. Um professor irritado grita com seus alunos na aula, um dos quais alega que um peru roubou seus óculos; outro se veste de Groucho Marx porque quer ser um comediante; e outro de fashionista. Um guia de viagem freelance com escolhas estranhas para sua viagem, etc. Com uma comédia que consiste em humor irônico, sem saída e sombrio, Une langue universelle consegue ser engraçado quando quer. Muitas vezes seus eventos beiram o absurdo ou o surreal, anunciando a comédia que o espalha, mas nunca diminuindo seu propósito – fazer você pensar. A destreza de Rankin consegue evocar uma fábula surrealista sonhadora, mas também uma melancolia introspectiva expressiva. Elementos e sentimentos que se unem e dão vida a uma experiência especial entre lugares e tempos, realidade e sonhos. Por exemplo, na realidade do filme, mesmo se estivéssemos no Canadá, o francês, e muito menos o inglês, parece ser uma segunda língua, e em seu lugar o persa. Todo mundo diz isso, e placas e outdoors são escritos nele, então o resultado, como algo próximo, mas distante, conhecido e desconhecido, se funde em uma nova realidade cultural e demograficamente cega. Em termos de cinematografia, que muitas vezes se assemelha a Anderson em seu enquadramento e movimento em vez de sua paleta de cores, há uma necessidade constante de habitar os espaços onde os personagens estão. A câmera às vezes fica estática à distância, observando seus movimentos e como eles afetam o ambiente, em vez de focar em seus rostos e expressões em close-up. É como se o local fosse tão importante para a história quanto os personagens, e Rankin quer ter certeza de que nos aprofundamos nele como turistas em uma terra estrangeira. E embora possamos conhecer essas cidades por seus nomes, a estrutura do filme e o perfil demográfico, inigualáveis pelos nossos, podem ser razões para nos aprofundarmos nesses espaços.